Por Aida Maria

Durante anos, deparei-me com um rebanho que apascentava placidamente, alheio ao barulho do tráfego que circulava na Avenida de D. João II, em Vila Nova de Gaia.

O tempo foi passando, a minha rotina, entretanto, mudou e já há muito tempo que não me cruzava com ele, ao ponto de me interrogar se ainda existiria… Eis senão quando, há cerca de duas semanas, no mesmo percurso, voltei a encontrá-lo, mas o pastor não era o mesmo.

Foto: Aida Maria

Estacionei o carro e dirigi-me a ele:

Boa tarde, posso fazer-te umas perguntas e tirar-te umas fotos?
Sim, sim.

E como te chamas?
Hugo.

Há alguns anos, falei com outro pastor, António Sousa, que era de Alijó, Vila Real, e também andava por aqui com um rebanho semelhante a este.
Era o meu avô e o rebanho é dele.

E o teu avô que idade tem?
70 anos.

E tu Hugo, estás a estudar?
Sim, estou no 11.º ano e quero seguir Engenharia Agrária.

E quando é que sais com os animais?
Saio de segunda a sexta, à tarde.

Gostas de andar com eles?
Sim, gosto.

As ovelhas e as cabras nem deram pela minha presença. Entretanto, o meu telemóvel tocou e tive de me despedir do Hugo. Agradeci-lhe as informações que tinha partilhado comigo e desejei-lhe boa sorte.