Documento de planeamento territorial está em discussão pública e envolve a Águas de Gaia, a câmara municipal e o Ministério do Ambiente e Ação Climática

Por Caria de Oliveira

Os acessos às zonas ribeirinhas do concelho de Vila Nova de Gaia deverão ser melhorados no âmbito do novo Plano Director Municipal (PDM). A garantia é dada por Miguel Lemos Rodrigues, administrador executivo da Águas de Gaia, Empresa Municipal, SA, na segunda parte da entrevista concedida ao Vozes de Gaia (a primeira parte pode ser lida aqui). O documento está em discussão pública e envolve, também, a própria autarquia e o Ministério do Ambiente e Ação Climática.

De entre os vários projectos a decorrer, quais são aqueles em que a população deveria e poderia ser mais participativa?
Temos vários projectos, mas destaco dois: o nosso centro de educação ambiental das ribeiras de Gaia – está aberto ao público de forma gratuita, embora com as limitações para visitas próprias da pandemia; e a nossa Estação Litoral da Aguda – que é gerida por nós e é composta por um aquário e um museu das pescas, também está disponível para ser visitada. Enfim… todo o território, do ponto de vista das praias, das linhas de água, que são lindíssimos, os passadiços ao longo das linhas de água, e a Rota da Água.

Há intervenções nos Areinhos de Gaia, nas zonas envolventes, áreas de recreio e de lazer. Mas ainda há muito para fazer nos acessos às zonas ribeirinhas. O que está previsto no PDM?
Os areinhos são áreas que temos olhado com muito interesse. Além da orla marítima, os areinhos são cada vez mais procurados por toda a população, como zonas de fruição e de lazer. Portanto, têm vindo a ser intervencionados por parte da câmara municipal, da Águas de Gaia e do Ministério do Ambiente. Temos espaços fantásticos na orla fluvial para a fruição pública. Os acessos… enfim, é algo que, com o aumento do interesse nessas zonas, também têm de ser resolvidos e há projectos da câmara para os melhorar.
O PDM, que está neste momento em revisão, contempla essas intervenções, em concreto através da GAIURB, Urbanismo e Habitação. A Águas de Gaia tem vindo a ser consultada e participado nas sessões públicas. O PDM tem imensas áreas com a componente de utilização dos espaços públicos, dos espaços verdes e espaços pós-Covid-19. Mas é um documento ainda em aberto.

“Os gaienses podem beber água da torneira. É uma água segura, de qualidade.” Foto: Rui Gaudêncio/PÚBLICO

Como fortalecer e estreitar a parceria da população de Vila Nova de Gaia, com a empresa Águas de Gaia?
Aconselho as pessoas a beberem água da torneira. É o nosso produto de eleição. Existimos para distribuir água em cada casa, em cada negócio, em cada empresa. Em Portugal, podemos ter orgulho na qualidade da água da rede pública. É uma água de qualidade. Segundo a Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos, o regulador do nosso sector, a qualidade da água para consumo humano [em Portugal] é cerca de 99 por cento. Em Vila Nova de Gaia, esse indicador é de 100 por cento. Os gaienses podem beber água da torneira, sem qualquer problema para a saúde pública, porque é uma água segura, de qualidade. E tem a vantagem de ser mais barata do que água engarrafada e ser mais amiga do ambiente, porque podemos reutilizar as garrafas. Esta é a grande mensagem que deixo.