Foto: Nélson Garrido/PÚBLICO (Arquivo)

Por Dalila Garcia

O Mosteiro da Serra do Pilar é considerado um dos mais importantes edifícios da arquitectura clássica europeia. Tal deve-se, em grande medida, à forma circular da igreja e do claustro. A sua construção iniciou-se em 1537, após a reforma da Ordem dos Agostinianos, tendo servido de lar aos monges do Mosteiro de Grijó, que para lá se transferiram.

O Mosteiro é composto pela igreja, cuja planta é circular, pela capela-mor, de planta rectangular, e pelo claustro que, à semelhança da igreja, tem uma planta circular. A sua disposição é sequencial.

Reza a história que as tropas do Duque de Wellington, o general inglês que ajudou os portugueses a combater as tropas de Napoleão Bonaparte durante as invasões francesas, fizeram do Mosteiro da Serra do Pilar um lugar estratégico para a futura batalha de libertação da cidade do Porto.

Sofreu várias obras de conservação e restauro no decurso do século XX, estando abrangido pelo Centro Histórico do Porto e inscrito na lista do Património Mundial, pela UNESCO. Serve como espaço de divulgação do espaço Património a Norte. O local, da responsabilidade da Direcção Regional de Cultura do Norte, pretende dar a conhecer o património monumental e está aberto ao público.

Local privilegiado para apreciar parte de Vila Nova de Gaia, no Mosteiro da Serra do Pilar o olhar pode espraiar-se sobre a cidade do Porto, desde a zona da Ribeira até à Ponte da Arrábida, sendo largamente procurado por gentes locais e turistas.

O letrista Carlos Tê descreve de forma irrepreensível esta sensação visual, na canção Porto Sentido, a que Rui Veloso deu voz:

Quem vem e atravessa o rio
Junto à serra do Pilar
Vê um velho casario
Que se estende até ao mar

Quem te vê ao vir da ponte
és cascata, são-joanina
Erigida sobre um monte
No meio da neblina.

Por ruelas e calçadas
Da Ribeira até à Foz
Por pedras sujas e gastas
E lampiões tristes e sós.

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