Foto: Paulo Pimenta/PÚBLICO (Arquivo)

Em parceria com a Gaiurb, Cruz Vermelha Portuguesa e a Agência Piaget para o Desenvolvimento, programa terá a duração de dois anos.

Por Redacção

Chama-se “InteGrar” e é um projecto de acolhimento, integração e inclusão da população em situação de sem-abrigo (PSSA) de Vila Nova de Gaia. O objectivo é promover “uma resposta integrada de acompanhamento, trabalhando a prevenção para o fenómeno e uma intervenção especializada com vista à reinserção social e profissional e o combate à sua reincidência”, conforme refere a Câmara de Vila Nova de Gaia, no seu sítio oficial.

Aprovado pelo Programa Operacional Regional do Norte – Norte 2020 –, o “InteGrar” será promovido pela autarquia, em parceria com a Gaiurb, a delegação de Gaia da Cruz Vermelha Portuguesa e a Agência Piaget para o Desenvolvimento. O programa Norte 2020 financia 85 por cento do investimento (135 mil euros), através do Fundo Social Europeu, cabendo ao município e restantes parceiros financiar os restantes 15 por cento.

o NÚMERO DE PESSOAS SEM-ABRIGO AUMENTOU RAPIDAMENTE: A 31 DE DEZEMBRO DE 2019, O CONCELHO TINHA 188 PESSOAS NESTA SITUAÇÃO. EM MARÇO DE 2020, FORAM SINALIZADAS 201 pessoas.

Ainda de acordo com a autarquia, o número de pessoas sem-abrigo aumentou rapidamente: “a 31 de Dezembro de 2019, o concelho tinha 188 pessoas nesta situação, sendo o segundo concelho da Área Metropolitana do Porto com mais PSSA, dos quais 103 sem tecto e 85 sem casa”. Em Março de 2020, após um diagnóstico para a implementação do Núcleo de Planeamento e Intervenção dos Sem-Abrigo de Gaia, foram sinalizadas 201 pessoas, 116 das quais sem tecto, a viver em espaços públicos, abrigos de emergência e locais precários, e 85 sem casa.

População dispersa por todas as freguesias
O “InteGrar” durará dois anos e terá “como base de intervenção pelo menos 80 PSSA, o que não invalida que se atinja o número de pessoas evidenciadas no diagnóstico, quer pela via do acompanhamento pela equipa, quer pela via do atendimento, informação e encaminhamento para resposta da rede ou pela procura autónoma” nos espaços de acolhimento diurno

O projecto acompanhará de forma personalizada e contínua cada pessoa, através de uma equipa multidisciplinar, “com o objetivo de promover a autonomia, a responsabilização, o empoderamento e a inclusão social”, adianta a autarquia. Esta inclusão assentará no plano individual mediante a motivação, as aspirações e os desejos pessoais, promovendo competências pessoais, sociais e de empregabilidade. Pretende, ainda, a criação de um espaço para resposta diurna, de convívio, lazer e atividades lúdico/didáticas, um espaço de socialização que potencie a procura dos serviços, o acesso a informação sobre os recursos existentes na rede social, bem como o acesso a bens de primeira necessidade e a kits alimentares. Prevê, também, ações de capacitação e empregabilidade, a criação e dinamização do grupo de autoajuda e um programa de treino de competências para a vida.